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Eduardo Deschamps, Elaine Lima e Monique Evelle participaram da mesa “Novo ensino médio: apoiando a autonomia e escolha de carreiras". O encontro aconteceu durante o congresso digital gratuito para educadores, Conversas que Transformam.
Neste papo, os convidados abordaram os principais desafios que envolvem a Lei nº 13.415, de 2017, que institui o Novo Ensino Médio. Além disso, também abordaram os caminhos para que os educadores possam auxiliar os estudantes em sua autonomia e escolha de carreira. Confira os principais pontos da conversa!
Itinerários formativos e projetos de vida
O primeiro pilar do Novo Ensino Médio é a flexibilização de currículo. Visando abranger as diferentes realidades da juventude, o Novo Ensino Médio propõe que a carga horária a ser cumprida inclua 1.200h dedicadas a uma área de interesse escolhida pelo aluno. Essa escolha acontece de acordo com suas preferências e possibilidades de carreira e são os itinerários formativos.
Neste modelo, o protagonista é o estudante que poderá trabalhar com mais possibilidades de escolha e ganhará maior autonomia para pensar seus projetos de vida. Dentre as opções, está a formação técnica profissional, destacada pelo professor Eduardo Deschamps como uma possibilidade positiva para a porcentagem de alunos que terminam o ensino médio sem perspectiva ou interesse em seguir com ensino superior.
Nossos convidados também destacaram a importância do professor neste novo processo. O educador terá o papel de auxiliar os estudantes em suas escolhas e possibilidades, escutando-os ativamente e estimulando o caminho autônomo.
Principais desafios do Novo Ensino Médio
- Estrutura
Uma das principais novidades trazidas pela lei é a educação em tempo integral. Ou seja, a lógica de que a educação pode acontecer em outros ambientes, para além da escola, desde que haja intencionalidade pedagógica. Entretanto, pairam dúvidas quanto à aplicação da educação em tempo integral em escolas com pouca estrutura, como no caso das escolas públicas.
- Aplicação
Por ser uma medida pouco prescritiva ainda há bastante dúvida quanto à implementação e as possibilidades que as escolas terão. Os convidados destacam que caberá às escolas buscarem por alternativas de inovação que estejam alinhadas à reforma e aos interesses dos estudantes.
- Formação e preparação de docentes
Não existe ensino sem aprendizagem. O Novo Ensino Médio exige uma mudança de mentalidade e os professores necessitam de preparação para isso. Portanto, o indicado é que os professores busquem o quanto antes por essas formações. Assim, o processo de transição será mais tranquilo.
Empreendedorismo e Autonomia
No Novo Ensino Médio, a autonomia dos estudantes será valorizada e estimulada. Assim, há uma grande preocupação em desenvolver nos estudantes as competências socioemocionais. Essas competências são essenciais para que os estudante se tornem aptos para realizar suas próprias escolhas. Entre as competências está a resolução de problemas, destacada pelos convidados como algo essencial para gerar o espírito empreendedor nos estudantes, outra preocupação da reforma.
A convidada Monique Evelle destacou a importância do empreendedorismo no desenvolvimento da criatividade e proatividade dos estudantes. Além disso, ela ressaltou o papel da escola no estímulo dessas habilidades.
Enem e o Novo Ensino Médio
Até o momento não há uma matriz curricular para os itinerários, o que têm gerado bastante angústia entre os estudantes quanto ao Enem. Elaine Lima, gestora escolar, ressalta que as escolas que já estejam trabalhando nas mudanças previstas não terão grandes preocupações.
A princípio, as mudanças serão graduais. Portanto, o importante é que habilidades essenciais para uma boa prova, como a investigação científica, sejam estimuladas desde já. Contudo, salientamos que não há previsão para mudanças na prova até o momento.
Confira o papo na íntegra: