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Para a grande maioria das pessoas que passou ou ainda está na fase escolar, o momento das avaliações e a conclusão do ano ou período letivo vai remeter a uma importante lembrança: o relatório escolar!
O relatório escolar é um documento com características mais descritivas da trajetória de desenvolvimento do aluno ao longo do período em que foi avaliado.
O relatório escolar está associado a uma visão qualitativa, do todo, e cumpre uma expectativa mais moderna e adequada ao papel social da escola. Em alguns casos, considera-se ou não as notas obtidas pelo estudante, dependendo da prática avaliativa da escola.
Para te ajudar nessa mudança de perspectiva em relação à avaliação, desenvolvimento e performance dos alunos, e orientar na construção de um relatório escolar, vamos aqui dar algumas dicas. Elas serão úteis não só para a elaboração do documento, como para entender seus fundamentos e utilização ampla.
1 - De olho no planejamento!
Para muitos, essa prática ainda não é algo sedimentado na rotina escolar, portanto, o planejamento é essencial. Não só na estruturação do relatório em si, mas também na preparação para algo que pode ser novo ou diferente do que era feito em outras experiências anteriores.
2 - Pesquise, busque informações e aprenda com quem faz
Uma breve busca no Google já vai te trazer inúmeros resultados sobre modelos e formatos de relatório escolar. Mas, para além dessa parte estrutural, busque inspiração em escolas e colegas de trabalho que já utilizam esse tipo de documento como ferramenta avaliativa.
Procure entender as maiores dificuldades de elaboração, o tempo de dedicação - para que você possa incluir no planejamento - acertos e erros experimentados ao longo dos anos letivos anteriores. Dessa forma você otimiza seu tempo e se organiza com eficiência.
Não se esqueça de verificar também com sua gestão se existe um modelo de relatório pré-definido ou se cada educador vai construir o documento de acordo com as necessidades da sua turma e do seu componente curricular.
3 - Elabore um roteiro
Agora, provavelmente, você já tem algum modelo ou caminho melhor definido sobre a produção do seu relatório. Antes de dar início às anotações das informações sobre os alunos, defina os tópicos que serão tratados.
Essas definições vão variar de acordo com a escola, a proposta pedagógica, quais serão os indicadores de desempenho e comportamento avaliados. Um alinhamento com a coordenação nesse sentido é fundamental.
Isso porque, mesmo que exista um modelo a ser seguido, você pode verificar as necessidades específicas do que está previsto no seu planejamento para decidir por indicadores além do que estava determinado. Ou seja, se você, professor, sentir que outros pontos devem ser considerados, não deixe de levar sua sugestão aos gestores e compartilhar com os colegas.
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4 - Mapeie as expectativas
O planejamento do período geralmente é elaborado com base no desenvolvimento das habilidades relacionadas ao componente curricular. Por isso, deixe muito claro aos alunos, o objetivo a ser atingido com a apresentação de cada conteúdo, das práticas e das aulas em seus diferentes formatos. Dessa forma, fica mais fácil observar as nuances de desempenho da turma.
Saber o que se espera com determinada ação é um caminho fundamental para a avaliação, tanto no que diz respeito ao desempenho escolar, quanto no comportamento e habilidades socioemocionais dos alunos.
Outro aspecto importante nesse mapeamento é descrever previamente o que vai ser sua aula, assim, na hora de inserir as informações, você consegue ser mais direto no relato, entendendo que a estrutura da aula não mais precisa ser descrita para a compreensão dos fatos.
5 - Não confie 100% na sua memória
Um dos grandes desafios na elaboração de um relatório escolar, é a quantidade de alunos e de informações que precisam estar contidas sobre cada um deles no documento. Por isso, uma dica de ouro é criar o hábito de fazer registros sempre ao final das aulas. Inclua este tempo no seu planejamento.
Anote os pontos mais marcantes, como: envolvimento e participação dos alunos, desempenho, problemas e dificuldades observadas, entre outros.
Deixar para alimentar o relatório somente ao final do período avaliativo, além de gerar sobrecarga de trabalho, pode também haver perdas de informações que serão essenciais para a avaliação dos alunos como um todo.
6 - Quanto mais registro melhor o Relatório Escolar
Para um relatório completo, é essencial produzir registros de qualidade. A forma como você vai fazê-los pode variar.
Existem aqueles professores que são apegados aos caderninhos de anotações escritas à mão, os que usam blocos de nota no celular ou tablet; há ainda quem prefira gravar áudios de relato e depois transcrever com mais calma.
Se você ainda não tem muita experiência na elaboração de relatório escolar, a dica é experimentar e verificar o que funciona melhor na sua rotina.
7 - A importância da autoavaliação
Dar espaço para a autoavaliação, é dar autonomia e protagonismo ao aluno. Claro que esse processo vai variar de acordo com a etapa da educação básica que está sendo trabalhada. Mas, em qualquer fase, dar a possibilidade para que eles reflitam sobre seu processo de ensino e aprendizagem de forma adequada, é um passo importante na construção do relatório escolar.
Para alguns alunos, essa prática pode ser desafiadora, por isso, uma ótima dica nesse momento é guiar a autoavaliação com perguntas que promovam a auto reflexão. A ferramenta de Formulários do Google pode ser uma aliada para cumprir esse papel, tanto para perguntar quanto para compilar as respostas posteriormente.
Desenvolver a capacidade de autoanálise, favorece o senso de responsabilidade, autoconhecimento e desenvolvimento das habilidades socioemocionais. Para o professor, será possível corroborar hipóteses sobre grau de dificuldade do aluno em questão e planejar possíveis intervenções.
8 - Mão na massa!
Como já foi dito, os critérios, indicadores e tópicos a serem observados e descritos no relatório escolar vão variar de acordo com o segmento e o componente curricular trabalhado.
Entretanto, a fim de inspirar e dar alguns exemplos práticos para um relatório mais amplo, abaixo seguem alguns pontos a serem considerados para além da avaliação da aprendizagem:
qualidade de interação e socialização
participação nas aulas
formas de expressão e comunicação
formas de exploração e/ou manutenção do ambiente
habilidades para realização das atividades propostas
habilidades socioemocionais em situações diversas
9 - De olho na BNCC
Não se esqueça de utilizar a Base Nacional Comum Curricular como documento norteador também nessa elaboração.
Ao entender a proposta da BNCC para o período, as habilidades ali apresentadas para cada fase da educação e da área do conhecimento, serão uma enorme contribuição para sua observação crítica e integral da jornada de desenvolvimento do estudante.
10 - E o trabalho não finaliza com o período letivo
Os benefícios do uso do relatório escolar não se resumem somente à avaliação do aluno, que se finaliza com a conclusão do ano letivo, independente do resultado obtido.
Os relatórios deverão ser avaliados em conjunto, posteriormente, pelas famílias e gestão da escola. Essa análise minuciosa vai trazer dados essenciais para o planejamento dos próximos períodos. Ou seja, o que deve ser mantido, que deu muito certo, e os pontos de melhoria. Algumas questões podem nortear essa avaliação mais macro:
Diante dos resultados gerais, o que vai precisar de mais investimento no processo de ensino e aprendizagem?
Quais as possíveis defasagens que precisarão ser trabalhadas no próximo ano letivo das turmas?
Como a gestão e a coordenação da escola podem atuar na solução dos problemas identificados, sejam eles de infraestrutura, materiais ou até mesmo, formação de professores?
Enfim, as possibilidades de extrair informações são muitas e toda a comunidade escolar se beneficia com essa troca.
Educador, os passos para a construção de um relatório escolar com alto nível de qualidade descritiva começam aqui e vão ser concluídos na sua prática, experiência e vivência em sala de aula.
Lembre-se, quem conhece sua turma é você! Se empodere dessa análise crítica, valorize os pontos positivos e invista em pontos de desenvolvimento.
Esperamos que você tenha aproveitado nossas dicas e que elas tenham esclarecido suas dúvidas sobre o tema! Não deixe de baixar nosso e-book sobre Gestão Educacional e a BNCC.