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Inspirado no projeto Mulheres Inspiradoras, desenvolvido pela professora Gina Vieira, em julho deste ano a Árvore lançou o concurso gratuito Mulheres que transformam. Seu principal objetivo foi incentivar a formação de leitores e o reconhecimento das histórias de mulheres que mudam o mundo, suas famílias e comunidades.
Durante um mês, foram propostos desafios divertidos e pedagógicos, e a leitura de obras escritas por mulheres. As atividades foram desenvolvidas de acordo com cada segmento escolar, pela nossa equipe de educadoras especialistas. Puderam participar tanto escolas da rede privada quanto da rede pública e municipal.
Com um tema com este impacto, o resultado não poderia ser outro, todas as participações foram incríveis e muito inspiradoras. Agradecemos a todas as escolas que participaram e abraçaram essa ideia tão importante.
Vamos conhecer as histórias inspiradoras dos vencedores do concurso?
Formação de leitores nos Anos Iniciais do Fundamental
A Cooperativa Educacional Cerqueirense, em Cerqueira César (SP) ganhou com o 4º ano escolar. A professora Lucélia Vertuan convidou diferentes profissionais mulheres para conversar com a turma: uma eletricista, uma borracheira e a atleta paraolímpica de tênis de mesa da cidade, Cátia Oliveira. Confira o depoimento de Lucélia:
“Enquanto ocorria o Concurso na sala, em nossa cidade acontecia a instalação de novos postes de energia para a nova subestação da cidade. Ao passar por uma avenida, avistei os caminhões da empresa de distribuição de energia em nossa região. Em meio a tantos trabalhadores, não vi nenhuma mulher. Foi então, que tive a curiosidade de saber se existiam mulheres na empresa que faziam trabalho de campo. Pesquisei e descobri que tinham duas mulheres eletricistas que já haviam trabalhado em campo, mas que atualmente estavam trabalhando internamente na empresa e que uma delas, que se chamava Thaís, havia pedido para voltar a campo e que ele tentaria entrar em contato com ela para mim. [...] Bem, enquanto eu aguardava, fui atrás de outra mulher que também tinha um trabalho não muito comum para mulheres em nossa região. O nome dela é Letícia e ela é borracheira na cidade vizinha em Águas de Santa Bárbara. Consegui o telefone dela e contei a proposta do Concurso, ela ficou feliz e aceitou meu convite para conversar com as crianças.” Depoimento da professora Lucélia Vertuan
Escrita e leitura no concurso literário
Em Trancoso, na Bahia, o Instituto Trancoso desenvolveu uma ação simples, mas que contou com desfechos bastante tocantes A ação envolveu o envio de cartas para mulheres que as crianças achavam inspiradoras.
Evidentemente não faltaram histórias de mães, avós, tias e professoras, próximas às crianças, mas uma história em específico nos chamou atenção. Uma criança de 10 anos, chamada Miguel, escolheu escrever uma carta para sua mãe, enfermeira na linha de frente no combate a Covid-19.
Também com o 5º ano, tivemos a participação do colégio Santo André de Jaboticabal-SP que sob a orientação da professora Valéria de Cássia também realizou a ação de envio de cartas para mulheres inspiradoras, mas contou também com um dia de profissões, onde meninos e meninas, se caracterizaram conforme a profissão que desejam exercer no futuro:
“As leituras foram transformadoras. Hoje posso dizer que eles responderam sem nenhuma timidez que meninos e meninas podem, com certeza, realizar as mesmas coisas, seguirem as mesmas profissões. Mediar os conhecimentos que os alunos iam adquirindo através das leituras e das buscas que faziam, foi enriquecedor. Eles compreenderam melhor que a leitura é fundamental, pois favorece a reflexão sobre si mesmo e sobre a realidade, ajuda a transformar o mundo e que através dela, eles podem ser protagonistas desta transformação.” Depoimento da professora Valéria Ferreira
O concurso nos Anos finais do Fundamental
Assim como em todos os outros aspectos da vida cotidiana, a experiência escolar foi profundamente afetada pelo vírus da Covid-19 e isso, evidentemente, apareceu nos trabalhos.
A turma do 6º ano da EMEF Norma Conti Simão fez uma homenagem às mulheres vítimas de Covid-19:
“O Concurso possibilitou que os alunos rememorassem a importância dessas mulheres em suas famílias e coletassem relatos dos familiares em relação à memória delas.” Fala da professora Amanda Hornhardt
Além desta ação, a turma também criou um projeto de lei sobre dignidade menstrual e enviou para a Câmara de vereadores da cidade, mostrando o potencial transformador das conversas que acontecem em sala de aula.
Uma das atividades propostas era a realização de uma colagem. Cada colégio a seu modo, optou por uma abordagem diferente. O 7º ano do colégio Progressão realizou uma atividade onde funcionárias do colégio, após serem entrevistadas, foram homenageadas com colagens. A intenção da ação foi destacar a importância das mulheres daquele espaço:
“Os resultados foram incríveis! O olhar de reconhecimento e de valorização que os alunos desenvolveram em relação a cada uma dessas mulheres a partir da escuta de suas histórias, sonhos e necessidades, foi um detalhe tocante dessa proposta. Isso conferiu visibilidade a funções e papéis dentro da escola que nem sempre são percebidos, promovendo uma dinâmica de convivência mais humanizada entre os estudantes e as colaboradoras, que se sentiram honradas com a atenção e o interesse dos alunos em ouvi-las.” Depoimento da professora Elisabeth de Siqueira Costa
Na Escola Internacional de Aldeia, os 7º e 8º anos realizaram uma série de atividades relacionadas à leitura dos livros indicados pela Árvore, entre eles estava a obra “50 brasileiras incríveis para conhecer antes de crescer”, de Débora Thomé, disponível em Árvore Livros. Todas as atividades foram ponto de partida para a ação final, uma oficina de colagem com o artista Mavik, onde a proposta foi de uma colagem que homenageasse alguma mulher inspiradora para o aluno.
Ensino Médio e produção textual e visual
Incorporando o uso das redes sociais, tão presentes no cotidiano dos jovens, as turmas do Ensino Médio desenvolveram trabalhos que envolviam tanto produção textual quanto visual.
No Colégio Villa Lobos, em São Paulo, a turma do 3º ano retomou uma discussão da aula de sociologia para criar posts informativos sobre a política do cuidado e a desigualdade no trabalho doméstico, a partir do livro “O feminismo é para todo mundo” de Bell Hooks, disponível na Árvore.
A turma do 203 do colégio Dom Jaime, em Santa Catarina, fez um caminho um pouco diferente, desenvolvendo uma ação na escola e depois fazendo as postagens dos resultados no Instagram. Nesta turma, a obra que deu o “pontapé” inicial para discussão foi o livro “A cor Púrpura” de Alice Walker. Após a leitura, os alunos foram convidados a escrever um texto/carta sobre ou para uma mulher que os inspirava. Os melhores textos foram selecionados e postados no Instagram do colégio.
O 3º do colégio Max de Taubaté-SP também contou com atividades multimídia. Após discutirem as obras propostas para reflexão pela Árvore, os alunos produziram uma ação no colégio, para aqueles que estavam no presencial, e uma virtual, para os que estavam em casa. Presencialmente, foram espalhados post-its com frases motivacionais para as meninas e mulheres do colégio, enquanto a turma que estava em casa, produzia materiais multimídias.
Curtiu o resultado? Que tal aplicar essas ideias na sua escola?