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Gestor, no artigo de hoje, listamos algumas dicas para apoiar a integração das competências socioemocionais ao projeto educativo de sua escola. Confira!
O que são as competências socioemocionais?
O desenvolvimento de competências socioemocionais refere-se ao processo de compreensão e manejo das emoções. Para promover uma educação integral, é fundamental que a escola contemple a educação socioemocional no currículo, na cultura e no cotidiano escolar.
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) reconhece a importância das competências socioemocionais, incorporando-as nas 10 competências gerais que orientam o ensino no Brasil.
Isso reflete o compromisso social de preparar crianças e jovens para os desafios do mundo contemporâneo, que vão além do conhecimento acadêmico tradicional.
De acordo com o Ministério da Educação, a educação socioemocional também atua como fator de proteção à saúde mental dos estudantes e uma forma de prevenção de casos de bullying na escola.
Por que as competências socioemocionais são essenciais?
Uma pesquisa realizada pela Secretaria de Educação do Estado de São Paulo concluiu que, após a pandemia da Covid-19, a educação socioemocional se tornou ainda mais urgente.
Segundo a SEDUC-SP, como um reflexo da pandemia, estudantes regrediram na aprendizagem, o risco de evasão escolar da rede triplicou e um total de 75% dos estudantes da rede pública estadual declararam-se irritados, ansiosos ou tristes.
O documento também aponta que o desenvolvimento de habilidades como a empatia, o autoconhecimento, a imaginação criativa, entre outras, promove:
a melhoria do desempenho escolar;
a redução do risco de abandono escolar;
o fortalecimento da saúde mental;
a diminuição de situações de violência na escola.
A escola é, portanto, um espaço privilegiado para exercitar as competências socioemocionais, do mesmo modo que exercita habilidades cognitivas e acadêmicas. Mais do que isso: é o espaço onde tais habilidades dialogam, se complementam e se atravessam!
Como integrar competências socioemocionais ao projeto educativo?
A psicóloga Anita Abed aponta que a preocupação em não sobrecarregar escolas e professores na tarefa de educar as próximas gerações é justa:
“Defender que o desenvolvimento das habilidades socioemocionais seja promovido no ambiente escolar não implica em isentar a família, a sociedade, as políticas públicas. É preciso fortalecer toda a sociedade para que cada elo possa cumprir o seu papel e colaborar com os demais em suas funções.”
Gestor, inserir as habilidades socioemocionais na proposta pedagógica da escola é estimular que os sujeitos da comunidade escolar se engagem integralmente no processo educativo – com todos os seus sentimentos e singularidades!
Nesse sentido, para formar um estudante integralmente, não podemos deixar de considerar a dimensão socioemocional.
Sabemos que esse é um grande desafio para as escolas. Por isso, a seguir, listamos 6 dicas para apoiar a implementação da educação socioemocional em seu projeto educativo.
1 - Estabeleça os objetivos e competências
Gestor, é importante definir os objetivos pedagógicos específicos em relação à educação socioemocional na escola. Antes de tudo, vale refletir:
Quais serão as competências socioemocionais trabalhadas no currículo?
Que habilidades socioemocionais melhor dialogam com o projeto político pedagógico da instituição?
Reúna a sua equipe pedagógica para a criação de um plano estratégico que detalhe as competências a serem abordadas e os resultados desejados. Estabelecer propostas de acompanhamento e avaliação, assim como processos de monitoramento e ajustes também é essencial.
2 - Integração ao currículo
O ideal é que as competências socioemocionais sejam integradas de forma orgânica ao currículo. Que ações e estratégias podem apoiar nesse processo?
Lembre-se: é fundamental incorporar o desenvolvimento das competências socioemocionais em todas as disciplinas e atividades escolares.
De acordo com Anita Abed, o trabalho pedagógico relacionado ao desenvolvimento socioemocional do aluno não deve ser considerado como uma tarefa extra do professor.
Pelo contrário: deve ser um caminho para melhorar as relações interpessoais em toda e qualquer sala de aula, criando um clima favorável para a aprendizagem.
3 - Formação de professores
Uma das partes mais essenciais para o desenvolvimento das habilidades socioemocionais na escola é a formação e capacitação da equipe docente.
Uma formação estruturada permite que o educador construa as bases necessárias para mediar a aprendizagem de maneira consciente e responsável.
Abed nos lembra que o professor deve ser mais do que um transmissor de conhecimento; ele deve ser capaz de reconhecer os variados estilos cognitivo-afetivos de aprendizagem presentes tanto em seus alunos quanto em si mesmo.
O professor deve selecionar e empregar deliberadamente ferramentas que auxiliem no desenvolvimento abrangente dos estudantes.
4 - Seleção de recursos
É importante selecionar recursos que atendam às diferentes necessidades de aprendizagem. Isso pode incluir materiais didáticos, recursos digitais, conteúdos audiovisuais e literários, jogos, entre outros.
Aqui em Árvore, o Sentir é um programa digital completo, criado em parceria com a Educa de Rossandro Klinjey. O Sentir promove o desenvolvimento de habilidades socioemocionais através da leitura literária.
Um dos nossos materiais didáticos, intitulado "Aula a aula", é um instrumento para inspirar o planejamento dos educadores!
Nele, o professor irá encontrar os conteúdos centrais com perguntas direcionadoras dentro da temática trabalhada, assim como sugestões relacionadas ao acervo literário e outras múltiplas linguagens, como música e cinema.
5 - Acompanhamento individualizado
Ainda que falar sobre emoções e sentimentos seja importante, devemos lembrar que a escola não é (e não deve ser!) um espaço para diagnosticar e tratar questões de saúde mental.
É preciso ter em mente que cada estudante é único, e é crucial reconhecer e respeitar essa singularidade, especialmente quando se trata de questões de saúde mental.
Nesse contexto, estabelecer parcerias com a comunidade é indispensável. Portanto, gestor, não deixe de manter contato constante com profissionais de saúde mental e organizações comunitárias para auxiliar em fluxos de encaminhamento para as questões mais sensíveis.
6 - Envolvimento das famílias
Estabelecer canais de comunicação com famílias e responsáveis também é vital para o processo de educação socioemocional.
Para fortalecer a conexão entre família e escola, é aconselhável organizar reuniões e palestras informativas, oferecendo dicas práticas sobre como os membros da família podem desempenhar um papel ativo no desenvolvimento das habilidades socioemocionais das crianças e jovens em casa.
Além disso, é válido encorajar a participação ativa das famílias na vida escolar. Isso pode incluir a presença em eventos escolares, envolvimento em atividades extracurriculares e o acompanhamento próximo do processo de ensino e aprendizagem.
Gestor, esperamos que esse post contribua para as suas reflexões sobre educação e competências socioemocionais.
Quer saber como funciona o Sentir? Conheça as iniciativas de educação parental e os materiais didáticos do nosso programa socioemocional clicando aqui e preenchendo o formulário. Até a próxima!