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O papel de uma instituição de ensino vai além dos ensinamentos puramente relacionados à aprendizagem de conceitos. E os quatro pilares da educação divulgados pela Unesco refletem essa informação: aprender a ser, a conhecer, a fazer e a conviver. Sendo assim, eles nos levam à necessidade de trabalhar as competências socioemocionais na escola.
Quer saber como a escola pode fazer isso? Continue a leitura deste artigo e confira sugestões para trabalhar as competências socioemocionais na sala de aula.
Quais são as competências socioemocionais na escola?
As competências socioemocionais são aquelas habilidades usadas no dia a dia. Também são as presentes na relação das pessoas consigo mesmas e umas com as outras. De acordo com a BNCC, há cinco principais competências para trabalhar na escola:
Autoconsciência: importante para desenvolver o pensamento crítico do aluno;
Autogestão: incluindo aqui o desenvolvimento da autonomia e da responsabilidade;
Consciência Social: importante de ser trabalhar junto da empatia;
Habilidades de relacionamento: incluindo aqui todas as habilidades importantes para o convívio em grupo;
Tomada de decisão: que pode ser trabalhada junto com a resolução de conflitos e também a autonomia.
Essas habilidades são extremamente importantes na vida diária, uma vez que potencializam o desenvolvimento de competências cognitivas.
Um estudante perseverante tem mais chances de entender os próprios processos de aprendizagem. Ele é consciente de suas capacidades e das dificuldades. Dessa forma, não desiste e busca alternativas para contornar os obstáculos na jornada.
Qual o objetivo de trabalhar as competências socioemocionais?
As habilidades socioemocionais vão além da questão cognitiva. Elas estimulam o desenvolvimento de capacidades relacionadas à auto regulação de nossas emoções e reações diante de diferentes situações.
Sendo assim, desenvolver as competências socioemocionais na escola também melhora o convívio socia. As pessoas, então, se tornam mais perceptivas em relação à realidade à sua volta.
Além disso, elas também se mostram aptas a solucionar conflitos com mais facilidade e a intervir em uma situação de forma mais produtiva. Portanto, seu desenvolvimento tem um grande impacto no sucesso do profissional e do cidadão.
O objetivo do desenvolvimento socioemocional dos alunos é proporcionar melhorias na sua saúde física e emocional. O que vai muito além do contexto escolar, sendo um desenvolvimento importante para sua vida pessoal e coletiva.
O que diz a Bncc sobre sentimentos e emoções?
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) reconhece a importância dos sentimentos e emoções na formação integral dos estudantes. De acordo com a BNCC, é essencial que as escolas desenvolvam competências socioemocionais.
Através da educação socioemocional, a BNCC busca promover o desenvolvimento saudável dos alunos. Contribuindo ainda para a construção de relações interpessoais positivas, o fortalecimento da autoestima e o enfrentamento de desafios emocionais ao longo da vida.
Além disso, a BNCC enfatiza a importância de criar um ambiente escolar acolhedor e inclusivo. É importante que os estudantes se sintam seguros para expressar seus sentimentos e emoções.
Ao valorizar o aspecto socioemocional, a BNCC busca formar cidadãos mais conscientes. Além de mais capazes de lidar com suas emoções de maneira saudável e de se relacionar de forma empática com os outros.
Com isso, a BNCC reconhece que o desenvolvimento integral dos estudantes vai além do aspecto acadêmico. Ele inclui o cuidado e a atenção às dimensões emocionais e afetivas dos indivíduos.
Onde a escola precisa trabalhar as habilidades socioemocionais?
A escola precisa trabalhar as habilidades socioemocionais em diversos contextos e momentos da jornada educacional dos estudantes.
As habilidades socioemocionais devem ser integradas no currículo escolar, permeando todas as disciplinas e atividades. Assim, os alunos podem desenvolver competências como habilidades de relacionamento e tomada de decisões responsáveis.
Além disso, é fundamental que a escola promova ambientes e práticas pedagógicas que estimulem a expressão dos sentimentos e emoções dos estudantes. Isso pode ser realizado por meio de rodas de conversa, projetos colaborativos, resolução de conflitos e momentos de reflexão.
Dessa forma, a escola se torna um espaço propício para o desenvolvimento integral dos alunos. Ela irá prepará-los para lidar com os desafios emocionais da vida e para se tornarem cidadãos mais conscientes e empáticos.
Como a escola aplica as competências socioemocionais na prática?
Para colaborar e incentivar o desenvolvimento deste tipo de habilidade, é fundamental que a escola adote estratégias que ajudem a desenvolvê-las. Acompanhe nossa seleção de possibilidades que, se praticadas em sala de aula, podem contribuir para alcançar esse objetivo:
1. Aulas por meio de oficinas
As aulas-oficina são estruturadas de forma diferente das aulas convencionais e são uma ótima forma de desenvolver as competências socioemocionais na educação. Elas usam um tema como base. O restante da atividade é norteado a partir de um debate em sala de aula.
Em rodas de conversa, o professor identifica as principais dificuldades dos alunos. Depois, elabora atividades e materiais apropriados para dialogar ou confrontar as ideias iniciais do grupo.
O processo dialético é útil para a construção de competências socioemocionais. É eficaz na abordagem de temas como: - Empatia; - Compreensão de diferentes realidades; - Autoconhecimento; - Resiliência.
É possível romper com conceitos pré-existentes. Isso provoca o pensamento dos alunos, criando uma percepção mais profunda da realidade.
Escute no Podcast da Árvore: Novas construções sociais de aprendizagem
2. Espaço para desenhos, autorretrato e dramatização
O autoconhecimento é a competência socioemocional fundamental que embasa a construção de todas as outras. Por essa razão, é importante que a escola proporcione situações nas quais o aluno possa "se enxergar", por fora e, principalmente, por dentro.
Desenhos, autorretratos e dramatizações são ferramentas úteis para o desenvolvimento das competências socioemocionais na escola. O professor deve ter objetivos bem definidos. Ele precisa estar preparado para responder às dúvidas dos estudantes.
3. Análise de fragmentos de histórias
Vários filmes, mesmo aqueles criados para o "público infantil", trazem situações bastante complexas. É comum que até mesmo adultos não percebam sutilezas existentes no enredo.
Uma boa alternativa para desenvolver competências socioemocionais na escola é trazer fragmentos de livros ou vídeos para a sala de aula. Assim, é possível ressaltar a relação entre escrita e leitura.
O educador pode analisar essas cenas com mais cuidado. Além disso, pode estabelecer paralelos com a realidade de acordo com a idade dos alunos.
4. Leitura crítica
É cada vez mais importante que o aluno entenda que a leitura é muito mais que um meio de obter informações. Para isso, deve haver um estímulo, uma provocação, para que o conteúdo lido pelo aluno seja realmente elaborado e ressignificado sob novas perspectivas.
Seja trabalhando uma narrativa fictícia ou notícias jornalísticas, é importante que o professor tenha uma postura instigadora. Ele pode questionar o papel dos personagens. Ele pode propor a análise de uma situação ou fato idêntico em um contexto diferente. Ele pode ainda solicitar a reescrita do mesmo texto sob a perspectiva de outro personagem.
Uma outra alternativa é solicitar intervenções na história ou em um texto jornalístico. Pedir aos alunos para criar finais alternativos e soluções viáveis.
5. Amplie o repertório cultural dos estudantes
Expressões culturais como música, arte e até mesmo esportes, incluindo os hábitos de quem os pratica, são opções diferentes que proporcionam experiências democráticas.
Propomos uma imersão e reflexão sobre temas. Os alunos experimentam uma abordagem inclusiva. Eles reconhecem e valorizam a diversidade. Entendem a importância de respeitar o olhar do outro.
Gostou das sugestões para desenvolver as competências socioemocionais na escola? Confira também algumas dicas para promover a saúde mental de alunos e professores.