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Um dos grandes desafios para o mundo da educação, ao refletir sobre as práticas de ensino e aprendizagem, está no que se refere à renovação das abordagens empregadas.
Recentemente, notícias sobre “Aulas de Fenômenos”, tidas como nova prática de ensino, fomentaram interessantes reflexões sobre sua utilização. Será que esse é um novo caminho a ser seguido? E como adotar este caminho? Como dar os primeiros passos em sala de aula?
A abordagem tem seu berço na Finlândia, país que valoriza a educação e que ocupa posição privilegiada em rankings como o PISA (“Programme for International Student Assessment”). A implementação desse método tem obtido respostas positivas e verdadeiramente satisfatórias entre pais e professores, que encontram os alunos motivados para aprender.
Mas quais as principais características das aulas de fenômenos?
Interdisciplinar: as “Aulas de Fenômenos” são consideradas a mais nova forma de se abordar o ensino de questões interdisciplinares. Os alunos entram em contato com os conceitos de forma transversal, fazendo com que o conhecimento sobre determinado fato não fique restrito à uma única disciplina. O plano é mudar o foco. Mais do que formar indivíduos que sejam capazes de passar em concursos e entrar em boas faculdades, essa nova forma de ensino pretende formar pessoas que ajudem de forma ativa no progresso social, fazendo com que o conhecimento não fique restrito à sala de aula.
Avaliação em mão dupla: Os alunos ganham papel ativo na avaliação. O professor passa a ser avaliado através do feedback dos alunos. A avaliação passa a ser uma via de mão dupla, pois tanto alunos quanto docentes são avaliados de forma horizontal, assim como acontece em sociedade. Para isso, deve-se dar aos alunos meios de auto avaliação, que ultrapassam a escolha dos conteúdos, para que além de se avaliarem e ponderarem sua posição perante a matéria, possam avaliar os professores e a forma como eles transmitem o conteúdo. Além disso, a avaliação do professor passa a não ser a palavra final no resultado do aluno. O que, obviamente, altera o seu posto de poder. O poder de avaliar é horizontal e inclusive entre pares.
Aprender para a vida: A escolha dos temas de forma ativa também chama bastante atenção, pois a pessoa passa a aprender sobre determinado tema para a sua vida, e não somente para a escola. Isso faz com que quando uma situação-problema for lançada, possa-se encontrar um novo meio de solucioná-la, e não somente repetir uma velha forma, ou um discurso lido em apostila. O resultado do processo é a criação do que alguns estudiosos chamam de “Escola global”, onde os conhecimentos não ficam limitados à uma área exclusiva e a avaliação e sugestão de conteúdos não ocorre em uma única direção. Quando dizem que a Escola é uma versão da sociedade em pequena escala, esse é um bom modelo disso.