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Lançada pela Netflix a série “13 Reasons Why”, inspirada no romance homônimo escrito por Jay Asher, conquistou popularidade rapidamente e ficou mundialmente conhecida por abordar um tema muito delicado: o suicídio de uma adolescente vítima de bullying dentro da escola. Pensando em como tratar desse assunto, criamos este texto que contempla atividades sobre bullying na escola.
Para comentar o assunto, convidamos a Dra. Evelyn Eisenstein, professora associada de pediatria e clínica de adolescentes, diretora da Clínica de Adolescentes e coordenadora do ESSE Mundo Digital. Tivemos uma conversa aberta sobre como identificar bullying e desenvolver atividades sobre bullying na sala de aula. Confira a entrevista logo a seguir e não deixe de conferir a surpresa ao final do post.
Atividades sobre bullying na escola: confira entrevista
O bullying é um fenômeno que não faz distinção de camadas sociais e está presente em escolas públicas e particulares do mundo inteiro. Como as instituições de ensino devem lidar com os alunos agressores?
Bullying é uma das formas de violência que ocorre entre pares de colegas estudantes nas escolas, e acontece em todas as escolas. É uma forma de intimidação, humilhação ou confronto de "poder" entre alunos ou grupo de alunos, e que demonstra um confronto de controle entre os agressores e as vítimas.
Mas é importante ressaltar o terceiro vértice desta situação de violência que é o "silêncio" (ou a omissão) das "testemunhas" ou de colegas que sabem que existe o problema, mas ficam calados e não denunciam, geralmente por medo de se tornarem vítimas.
Todos os 3 grupos necessitam da atenção que precisa se transformar de negativa (a violência) para positiva (convivência) e todas as escolas precisam ter atividades sobre bullying, de prevenção e de identificação, para encaminhamento e tratamento psicológico, não só das vítimas, mas também dos agressores e suas famílias.
Geralmente o bullying que ocorre na escola é só um dos sintomas do desajuste ou problema familiar que ocorre fora da escola e a instituição de ensino precisa ter uma equipe de psicopedagogos ou de psicologia para intervenções precoces e avaliação médica ou psicológica da situação de todos os envolvidos.
Uma pesquisa realizada em 2010 pela Plan International, uma ONG voltada para os direitos da infância, revelou que o bullying tem características semelhantes em qualquer país, mas que no Brasil existe uma particularidade: 21% dos casos acontecem dentro da sala de aula. No que o professor deve estar atento e como identificar bullying, ou seja, como identificar que um aluno está sofrendo esse tipo de agressão dentro do ambiente escolar?
Existem várias pesquisas sobre bullying e, atualmente, sobre o cyberbullying que é a mesma violência, agora transmitida online.O CGI, Comitê Gestor da Internet e o CETIC, Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade de Informação, realizaram em 2015 a pesquisa TIC KIDS ONLINE, com entrevistas domiciliares nos 350 municípios das cinco regiões do Brasil.
A pesquisa demonstrou que 23 milhões de crianças e adolescentes entre 9 e 17 anos são usuários de Internet e 20% já foram tratados de forma ofensiva (vítimas), caracterizando uma das formas de cyberbullying, mas 37% viram alguém ser discriminado nos últimos 12 meses, o que representa mais de 8 milhões de crianças e adolescentes testemunhas ou expostos aos discursos de ódio, intolerância ou violência.
Além dos problemas emocionais que o bullying pode provocar, existe alguma relação entre sofrer maus-tratos e o mau desempenho do aluno na escola?
Sim, sofrer maus tratos ou qualquer forma de violência durante a infância ou a adolescência, durante importantes fases do crescimento mental-cerebral impactam para sempre, inclusive na vida adulta, e deixam marcas indeléveis, o que denominamos as reações do estresse pós-traumático, e a queda do desempenho escolar, do aprendizado e até da evasão escolar são repercussões das reações adversas (adverse childhood experiences ou o ACE study), problemas de memória, cognição e afetividade estão sempre associados.
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