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Você já se perguntou sobre o papel do orientador educacional? Utilizando técnicas pedagógicas e psicológicas, esse profissional pode ajudar os estudantes no que diz respeito a planos de carreira e áreas de atuação, norteando seus estudos e orientando quanto à escolha profissional.
Mas será que é apenas isso? Continue lendo este artigo para saber mais sobre:
o que é orientação escolar;
a função do orientador educacional;
os principais desafios da orientação educacional no contexto escolar;
quais boas práticas o orientador educacional pode aplicar no dia a dia da escola;
dicas de leitura que podem apoiar boas discussões no ambiente escolar.
O que é orientação escolar?
O termo “orientação escolar”, também chamado de “orientação educacional”, se refere a toda a assistência oferecida ao estudante para que ele possa ter pleno desenvolvimento. Para isso, é necessário mediar as relações existentes entre a família, a comunidade e o ambiente escolar.
Entre seus objetivos estão:
propor atividades contextualizadas para desenvolvimento do aluno;
atender às necessidades educacionais e emocionais dos alunos;
orientar os estudantes até que desenvolvam uma visão sobre seu lugar no mundo;
guiar o aluno para uma formação integral e consciente;
promover a adaptação do aluno ao meio em que está inserido.
Qual é a função do orientador educacional?
Em um trabalho de equipe com professores e coordenadores, o profissional responsável pela orientação educacional faz a ponte entre a história familiar de cada estudante e suas relações escolares.
Além disso, ele tem um compromisso com a formação de valores, atitudes e emoções por meio do diálogo e de um espaço aberto de comunicação. Assim, ele garante que as relações no coletivo aconteçam de forma construtiva e respeitosa.
O orientador educacional precisa, ainda, estar atento aos diferentes ritmos de aprendizagem e ao desenvolvimento pessoal de cada estudante, disponível nos relatórios de avaliação da aprendizagem. Por estar junto aos alunos no cotidiano escolar, ele consegue auxiliar a equipe docente no planejamento das propostas pedagógicas.
Quais são os principais desafios da orientação educacional no contexto escolar?
Um dos principais desafios do orientador educacional é se desenvolver para ser um lugar de apoio e escuta, e garantir a formação cidadã dos estudantes. Para isso, o profissional precisa estar atento aos conteúdos atitudinais implicados no planejamento escolar, mas sem a intervenção curricular conceitual.
No entanto, ele não pode ser confundido com um psicólogo, já que sua ação não é terapêutica. Por outro lado, ele pode sugerir o encaminhamento para algum especialista quando necessário.
Isso reforça a necessidade de se fazer presente, tendo ouvidos atentos às diferentes dinâmicas de aprendizagem, às relações entre pares e com os professores para, no fim, fazer uma mediação focada no convívio escolar respeitoso.
Para além dessa atuação, há ainda o desafio do convívio com as diferentes famílias, oferecendo uma escuta ativa para responsáveis e cuidadores de crianças e jovens, considerando a comunidade existente além dos muros da escola.
Quais boas práticas o orientador educacional pode aplicar no dia a dia da escola?
Uma ação frequente que pode e deve ser mediada pelo orientador escolar é a assembleia de classe, um espaço criado pelos alunos para discutir questões relacionadas ao convívio em sala de aula, durante o recreio, incluindo debates sobre relações entre pares e entre professor e aluno.
Criar, na sala de aula, um momento para a discussão de conflitos e alegrias gera oportunidade de desenvolvimento da argumentação, da compreensão do outro e da busca de estratégias para resolução de problemas.
Na prática, o orientador escolar pode exibir cartazes ou criar um espaço virtual para que os estudantes escrevam, semanalmente, o que gostariam de discutir, criticar e felicitar. Em determinado dia e com uma frequência combinada, o grupo pode se reunir para pensar coletivamente nas soluções possíveis.
Para tornar ainda mais organizado, podem existir cargos como coordenador do encontro e escriba das questões trazidas. Os alunos devem votar e tudo o que for possível de deliberação por parte dos estudantes deve virar regra da classe.
Por exemplo: uma discussão possível para organizar a circulação entre eles é sobre onde guardar as mochilas na classe. Outra possibilidade é o rodízio de quadra para futebol ou, ainda, como organizar a fila da cantina.
Esses encontros, mediados pelo orientador educacional, geram desenvolvimento das habilidades de escuta, respeito aos turnos de fala, criação de cadeias argumentativas, entre outros aspectos.
Além disso, os alunos poderão entender que alguns conflitos não terão soluções fáceis e outros sequer terão solução. É aqui que mora a oportunidade de aprender a ceder, compreender e enxergar o ponto de vista alheio.
Leia também: Orientação profissional: o que é e como a tecnologia pode ajudar!
Dicas de leitura que podem apoiar boas discussões no ambiente escolar
Confira sugestões de leituras para apoiar o trabalho do orientador educacional no cotidiano escolar:
Escute no Podcast da Árvore: A importância do incentivo à leitura
1 - Assembléia Escolar. Um Caminho Para a Resolução de Conflitos
Já que falamos sobre a dica prática da assembleia escolar, que tal ler mais exatamente sobre esse assunto? Nossa primeira dica de leitura é para os profissionais de orientação escolar com o livro "Assembléia Escolar. Um Caminho Para a Resolução de Conflitos", de Ulisses F. Araújo e da Editora Moderna.
Nele, o autor trata das assembleias escolares tendo como matéria-prima os conflitos cotidianos. Para isso, ele aborda o papel da escola na aprendizagem do diálogo, no fortalecimento do protagonismo social e na construção coletiva das regras de convívio visando à justiça e à democracia.
2 - Ser bom não é ser bonzinho
Nossa segunda dica é voltada para os alunos do Ensino Médio. O livro de Cláudio Thebas, "Ser bom não é ser bonzinho", da Editora Planeta do Brasil, discute de forma leve e bem humorada a comunicação não violenta.
Esse é um tema que pode ser disparador de uma roda de conversa entre os estudantes, para eles pensarem sobre como afetar o outro sem violência, demonstrando como a escuta atenta pode ser verdadeiramente um veículo de transformação de práticas agressivas.
O autor traz exemplos pessoais de situações vividas em que estar aberto e presente "desarma" o outro e facilita a comunicação. E mais que tudo, a sinceridade na disponibilidade de ouvir e dizer a verdade.
3 - Zélia
Outro livro poético e recheado de ilustrações lindíssimas é "Zélia", de Cristelle Vallat e Stéphanie Augusseau, indicado para alunos a partir dos anos iniciais do Ensino Fundamental. Na narrativa, a protagonista escuta, todos os domingos, seus vizinhos falando sobre suas preocupações e aflições.
A presença de Zélia e sua entrega é recompensada com sementes que ela espalha em forma de amor pela cidade. Uma história comovente da Editora Aletria.
4 - Comunicação Não Violenta
E para leitura de apoio ao trabalho do orientador escolar, com escuta e comunicação, um livro bacana é o de Marshall B. Rosenberg, "Comunicação não violenta", da Editora Ágora. Ele diz que "quando nos concentramos em esclarecer o que o outro observa, sente e necessita, em vez de analisá-lo e julgá-lo, descobrimos a profundidade da compaixão" (p.21).
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