A leitura é uma habilidade social, uma ponte de acesso ao mundo e às outras pessoas. Para a neurociência, é uma das habilidades mais incríveis que a humanidade já desenvolveu. Principalmente porque a leitura é capaz de transformar nosso cérebro. Dado que, diferentemente de outras capacidades como a fala, a prática da leitura não é um processo desenvolvido naturalmente. Afinal, precisamos ser apresentados a um conjunto de códigos para, finalmente, aprendermos a habilidade. Assim, por que a leitura é importante?

Os impactos da leitura são observáveis não apenas na nossa relação com as outras pessoas, quando nossa habilidade de comunicação é aprimorada, mas também subjetivamente. Afinal, a nossa percepção de mundo, principalmente a concepção dos significados das coisas materiais e imateriais são expandidos. 

Cada narrativa é lida de modo ímpar, já que nossa subjetividade tende a personalizar um significado de uma história, contexto ou sentimento de uma forma diversa. Percebemos isso quando duas pessoas dão características distintas ao mesmo personagem, por exemplo. Além desses argumentos, listamos 8 exemplos de por que a leitura é importante e seu impacto sobre o desenvolvimento individual e social dos seus estudantes. Confira!

Conheça 8 benefícios e por que a leitura é importante  

‍1 - Acesso à pluralidade cultural

As ideias, experiências e reflexões de autores de vários continentes e épocas remotas, que sem a ponte do livro nunca teríamos contato, permite ao leitor(a) acesso à uma pluralidade de culturas e conhecimentos que a humanidade já acumulou. Assim, a leitura é importante porque promove novas descobertas, posicionamentos e discussões, possibilitando o desenvolvimento de empatia e sensibilidade sobre o outro.

Além disso, os livros proporcionam experiências mágicas e divertidas a mundos inacessíveis, como viagens à dimensões, universos e planetas desconhecidos e inventados, promovendo um salto na imaginação.

2 - A leitura como facilitadora

Por que a leitura é importante quando falamos de aprendizado? Ora, a leitura é um trampolim para o aprendizado! Ao ler, o estudante é exposto a uma variedade de informações e ideias que tendem a facilitar e apoiar na absorção de novos conhecimentos.

De modo semelhante, tem-se impacto direto sobre a exposição e articulação de ideias na oratória, uma vez que o contato com diferentes formatos de orações, frases e discursos facilitam a autonomia argumentativa.

3 - Estímulos cognitivos

De acordo com especialistas da educação da Universidade de São Paulo, é principalmente na leitura que os processos cognitivos e metacognitivos são desenvolvidos. Isto é, a capacidade subjetiva de construção de relações e correlações, assim como os processos reflexivos de interpretação são estimulados, fazendo com que a propriedade crítica de análise seja aprimorada, mas não somente, ela também enxerga benefícios nas competências socioemocionais.

Para a neurocientista Maryanne Wolf, a habilidade para ler desenvolveria conexões neurais totalmente novas no cérebro humano, estimulando suas diferentes áreas. Seu impacto implicaria em mudanças diretas na configuração do nosso pensamento, aprimorando nossas competências de comportamento e relacionamento. Isso explica portanto por que a leitura é importante para o desenvolvimento humano.

Além disso, as competências socioemocionais que atravessam toda a BNCC, como a autoconsciência e autogestão, por exemplo, podem ser estimuladas através de diversos gêneros literários a partir de uma mediação significativa.

4 - Enfrentamento do analfabetismo funcional

O investimento em leitura é fundamental para o enfrentamento de um sério problema brasileiro: o analfabetismo funcional. Segundo o Jornal da USP, 29% da população não consegue ler e compreender sentenças simples.

Com isso, impossibilitando a resolução de problemas comuns do dia a dia, que implica na dificuldade de articular, buscar e refletir sobre informações. 

‍5 - Incentivo ao desenvolvimento infantil

Para a BNCC, na educação infantil, a criança precisa ser levada a uma série de  experimentações que a estimule em várias dimensões do seu corpo e fora dele. É aí que a leitura tem seu papel, principalmente, a leitura compartilhada.

Afinal, a leiturapode apresentar, expandir e aprofundar essas experimentações, combinando o som, a pintura, o fonema, a imaginação e o pensamento. 

6 - Desenvolvimento da autonomia

A mediação feita pelo(as) educadores(as) a fim de uma educação autônoma e cidadã passa invariavelmente pelo estímulo à leitura crítica e significativa. Afinal, para a construção de uma cidadania consciente de responsabilidades e direitos, numa sociedade múltipla e diversa, é necessário saber criticar, elaborar e defender ideias. E isso só é possível quando temos acesso a outras ideias.

A leitura, portanto, possibilita ao estudante uma jornada de desenvolvimento mais autônoma em que poderá encontrar muito mais facilidade para falar, perguntar, opinar e formular perguntas, bem como, como encontrar caminhos para respondê-las.

‍7 - Aprimoramento das competências digitais

Tendemos a ver a leitura restrita ao universo físico. Mas ela é na verdade uma habilidade primordial para que o estudante amplie também sua cultura digital e educação midiática. Portanto, pode ajudar o estudante a como lidar e aprimorar o uso das tecnologias atuais e futuras, uma das competências gerais da BNCC

Não só em termos de aperfeiçoamento para um bom desempenho num mundo cada vez mais tecnológicom. Mas, sobretudo, para desenvolver responsabilidade. Especialmente, o cuidado para discernir as verdades das inverdades, o que exige conhecimento de mundo, essencial para a vida em cidadania.

A prática social da leitura permite que o estudante se prepare para a interação num universo de  multiletramentos. Isto é, a intervenção na variedade de novos meios e gêneros textuais de informação que se estendem para o campo virtual.

Assim, o estudante, a partir da sua capacidade de interpretar e reinventar sentidos, ressignifica e expande sua possibilidade de participar e intervir nos mundos virtual e físico.

8 - Preparação para exames

Para os estudantes da última etapa da educação básica, o Ensino Médio, a prática da leitura tende a empoderá-los para os exames mais importantes nacionalmente, como o Enem. Na seção de redação, por exemplo, o edital da prova exige que o candidato tenha a capacidade de escrever criticamente a fim de convencer o examinador, formulando parágrafos e períodos que se relacionem, apresentando coesão, coerência e lógica.  

Acostumado a ler, a capacidade de interpretação é facilmente desenvolvida. Assim, o estudante aprimora, ao longo do tempo, sua exposição oral e articulação, o que implica na sua produção textual.  

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Conferiu nossos argumentos? Conseguimos te convencer de que é a leitura o que falta para alavancar o engajamento e aprendizado nas suas aulas?

Nossa sugestão é que você apresente aos estudantes os mais diversos gêneros textuais, dos quadrinhos aos romances, passando pelos que também são populares no universo digital. Compartilhe esses argumentos com sua gestão e comece logo a investir em leitura! Até mais!