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Em tempos de crise econômica, a inadimplência escolar é uma preocupação constante para gestores de escolas particulares. Alunos que deixam de pagar as mensalidades geram um impacto financeiro significativo na instituição de ensino
Esses impactos podem comprometer o pagamento de salários, a manutenção da estrutura física e até mesmo a qualidade do ensino oferecido. Por isso, é fundamental adotar estratégias eficazes para reduzir a inadimplência escolar.
Neste artigo, vamos explicar o que é a inadimplência escolar. Além do impacto que ela tem na gestão escolar e o que fazer para reduzi-la.
O que é inadimplência escolar?
A inadimplência escolar ocorre quando os pais ou responsáveis pelo aluno deixam de pagar as mensalidades da escola. Esse problema é bastante comum em escolas particulares. Especialmente em épocas de crise econômica, quando as famílias enfrentam dificuldades financeiras e precisam priorizar outros gastos.
A inadimplência pode ser total (quando a família não paga nenhuma mensalidade). Ou ainda parcial (quando a família paga parte da mensalidade, mas deixa uma parte em aberto).
Qual o impacto da inadimplência na gestão escolar?
A inadimplência escolar pode ter um impacto significativo na gestão escolar. Em primeiro lugar, ela compromete o fluxo de caixa da instituição de ensino. Isso pode gerar dificuldades financeiras para pagar as contas e os salários dos funcionários.
Além disso, a inadimplência pode comprometer a qualidade do ensino oferecido pela escola. Afinal, os recursos financeiros são limitados e a instituição pode não ter condições de investir em materiais didáticos, equipamentos e atividades extracurriculares.
Outro impacto da inadimplência é na relação entre a escola e as famílias. Quando um aluno fica inadimplente, a escola precisa tomar medidas para tentar recuperar a dívida. Isso pode gerar desgastes na relação com os pais ou responsáveis.
Além disso, a inadimplência pode afetar a reputação da escola. Pais de outros alunos podem ficar preocupados com a saúde financeira da instituição e procurar outras opções de ensino.
Como medir a inadimplência escolar?
Medir a inadimplência escolar é fundamental para entender o nível de endividamento da escola e tomar decisões estratégicas para reduzir esse problema. Existem diferentes formas de medir a inadimplência, sendo as mais comuns o índice de inadimplência e o fluxo de caixa projetado.
O índice de inadimplência é calculado dividindo o valor total das mensalidades em atraso pelo valor total das mensalidades a receber. Esse índice pode ser calculado mensalmente, trimestralmente ou semestralmente, dependendo da periodicidade de pagamento das mensalidades na escola.
Um índice de inadimplência acima de 10% já pode ser considerado preocupante e indicar a necessidade de tomar medidas para reduzir a inadimplência.
Já o fluxo de caixa projetado é uma ferramenta que permite projetar o fluxo de entrada e saída de recursos da escola. Ele considera as mensalidades em atraso e as previsões de pagamento.
Essa ferramenta é útil para identificar períodos de maior ou menor fluxo de caixa. É útil também para planejar ações de recuperação de dívidas em momentos mais favoráveis.
O que diz a Lei de Mensalidades Escolares?
A Lei de Mensalidades Escolares (Lei nº 9.870/1999) estabelece regras para a cobrança de mensalidades em instituições de ensino particulares. Com a lei, a escola deve informar, com antecedência mínima de 45 dias, o valor das mensalidades e os critérios de reajuste.
Além disso, a escola deve oferecer descontos ou bolsas para alunos que comprovem dificuldades financeiras.
A lei estabelece que a participação do aluno em atividades escolares só pode ser impedida após o atraso de três mensalidades consecutivas ou seis mensalidades alternadas.
Além disso, a escola deve notificar o responsável pelo aluno com antecedência mínima de 30 dias antes da proibição da participação.
Caso a escola decida rescindir o contrato de prestação de serviços educacionais por inadimplência, é necessário que essa decisão seja formalizada por escrito. A escola também deve oferecer ao aluno a possibilidade de quitação da dívida antes da rescisão do contrato.
O que fazer para reduzir a inadimplência escolar?
Para reduzir a inadimplência escolar, é importante adotar uma série de medidas que visem tanto prevenir quanto recuperar as dívidas em aberto. A seguir, apresentamos algumas dicas para ajudar gestores escolares a lidar com esse problema:
1 - Tenha um contrato claro e detalhado
Um contrato claro e detalhado é fundamental para prevenir a inadimplência escolar. O contrato deve estabelecer claramente as obrigações das partes envolvidas. Ele deve incluir as condições de pagamento, as penalidades em caso de atraso e os prazos para renovação do contrato.
O contrato deve ser lido e assinado pelos pais ou responsáveis antes do início das aulas. Assim, é possível evitar dúvidas ou mal-entendidos posteriormente.
2 - Ofereça diferentes formas de pagamento
Oferecer diferentes formas de pagamento é outra estratégia eficaz para reduzir a inadimplência escolar. Além do boleto bancário, é possível oferecer outras opções, como débito automático, cartão de crédito ou Pix.
Quanto mais opções de pagamento a escola oferecer, maior a possibilidade dos responsáveis encontrarem uma forma de pagar as mensalidades em dia.
3 - Tenha uma política clara de descontos e bolsas
Uma política clara de descontos e bolsas é outra forma de prevenir a inadimplência escolar. A escola pode oferecer descontos para pagamento antecipado, para irmãos de alunos matriculados ou para alunos que obtiveram boas notas no ano anterior.
Além disso, é possível oferecer bolsas de estudo para alunos que não têm condições financeiras de arcar com as mensalidades. Uma política clara de descontos e bolsas ajuda a fidelizar os pais ou responsáveis e a tornar a escola mais acessível para todos.
4 - Faça um controle rigoroso das finanças da escola
Um controle rigoroso das finanças da escola é fundamental para reduzir a inadimplência. É preciso ter um sistema eficiente de controle de receitas e despesas. Esse sistema deve permitir identificar rapidamente as mensalidades em atraso e as dívidas em aberto.
Além disso, é importante ter um plano de contingência para lidar com eventuais crises financeiras. Entre elas, a queda no número de matrículas ou o aumento da inadimplência.