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Os avanços das tecnologias digitais chegaram em praticamente tudo que faz parte da nossa rotina. Trocamos as agendas, as câmeras fotográficas, os relógios de pulso e os mapas por aplicativos em um dispositivo móvel. Não é diferente quando pensamos em como funciona uma biblioteca digital.
Afinal, é claro que tudo isso também atravessaria a forma como interagimos com a leitura de livros e notícias. Os recursos tecnológicos surgem com o objetivo de aumentar a eficiência dos processos, e para uma biblioteca não seria diferente.
Mas como funciona uma biblioteca digital? Para nos ajudar a compreender as características e os benefícios desse formato, convidamos Ninha David, especialista do nosso time de bibliotecárias na Árvore.
Vamos conferir?
O que é uma biblioteca digital?
Antes de apontar os benefícios, precisamos definir esse conceito que muitas vezes pode se confundir com o de uma biblioteca virtual, ou de livros digitais e bibliotecas mais informatizadas.
Para Ninha, as definições são claras: “A biblioteca digital é uma combinação da estrutura da biblioteca tradicional com o uso da representação digital do livro e da informação, algo que se tornou possível com o advento das novas tecnologias.”
Essa combinação permite que os usuários tenham mais possibilidades de consulta, acesso e interação com as obras, por exemplo.
Disponibilidade do acervo na biblioteca digital
Com relação a forma em que o conteúdo está disponível, Ninha pontua: “A biblioteca digital não possui livros na forma convencional; ela contém, além de seu catálogo, o conteúdo e os textos dos documentos de seu acervo digital, permitindo a leitura na tela do monitor, por exemplo.”
Biblioteca digital x biblioteca virtual
Em comparação com uma biblioteca virtual, essa questão de disponibilidade dos conteúdos é o que marca a diferença entre os formatos.
“A biblioteca virtual se difere na medida em que ela ainda é uma biblioteca mais tradicional que transformou alguns de seus recursos e canais de busca de informação em formato eletrônico, para que o máximo dos seus usuários não precisem visitar fisicamente a sua biblioteca para conseguir pesquisar.”, explica Ninha.
Ninha ainda ressalta que a biblioteca digital disponibiliza a obra na íntegra, diferente de uma biblioteca virtual que serve apenas como um canal de consulta para buscar os livros que fazem parte do acervo.
Como funciona uma biblioteca digital na formação de leitores?
Formar leitores costuma ser um desafio para as escolas. E os recursos tecnológicos potencializam as possibilidades de interação, principalmente dos alunos chamados “nativos digitais”.
Utilizar a tecnologia a serviço da formação de leitores, a fim de criar pontes entre o conteúdo e o interesse dos estudantes é um dos principais caminhos sobre como funciona uma biblioteca digital no processo de multiletramento.
A missão da biblioteca se mantém independente do formato
Para Ninha, a missão da biblioteca, seja a tradicional ou a digital, é uma a mesma: “facilitar o acesso à leitura e servir como suporte à atividade educacional, tecnológica, científica e cultural da sua comunidade.”
Ela ainda complementa: “Nesse quesito, a biblioteca digital, através da sua acessibilidade, democratiza o acesso ao conhecimento e alcança todas as etapas da educação básica, formando leitores de todos os lugares, sem que haja necessidade do deslocamento físico e da compra de diversos exemplares.”
Quais os benefícios de uma biblioteca digital?
Alguns benefícios já apareceram por aqui, como o alcance do formato digital, a economia de tempo que seria utilizado para o deslocamento e acesso ao acervo.
Nas palavras de Ninha sobre esse aspecto: “O benefício da implementação da biblioteca digital é permitir a leitura de obras das mais diversas áreas do conhecimento a qualquer hora e em qualquer lugar.”
Ainda é importante lembrar: “temos nesse tipo de biblioteca uma grande possibilidade de documentos e recursos eletrônicos e cresce nos leitores o interesse em consumir outros tipos de mídias fora das tradicionais, tais como: materiais de apoio, jornais, audiolivros, etc.”, complemente Ninha.
Economia de tempo, espaço e recursos financeiros
E por falar em economia, a biblioteca digital permite o acesso de vários usuários à mesma obra, sem a necessidade das instituições de ensino adquirirem vários exemplares do livro físico.
“Diferentemente do físico, os livros podem ter acesso (empréstimos) ilimitado e leituras simultâneas, através de vários dispositivos móveis (computadores, celular, tablets etc)”, Ninha esclarece. Lembrando também que qualquer dispositivo utilizado pode ser pessoal, não necessariamente a biblioteca precisa disponibilizá-los.
Além disso, tem a questão do espaço. Se uma escola, por exemplo, não tem recursos de infraestrutura para construir e manter uma biblioteca física, a digital pode ser uma alternativa.
Para Ninha, esse é um ponto crucial: “Uma das principais preocupações das bibliotecas tradicionais é acomodar o maior acervo possível para a sua comunidade num espaço físico mais limitado. Na biblioteca digital, isso fica de lado e a principal preocupação passa a ser uma catalogação e indexação de qualidade para que o usuário consiga recuperar todo o acervo de forma precisa e satisfatória.”
Como funciona uma biblioteca digital em termos de gestão?
Pensando na eficiência dos processos que geralmente é atrelada à digitalização, é fundamental entender o que muda nessa gestão de conteúdos.
No que se refere à atuação de bibliotecárias, Ninha aponta: “o bibliotecário aqui deixa de lado outras funções tradicionais para focar na gestão do acervo e na qualidade da recuperação da informação.”
Ela ainda complementa: "Além disso, é importante pensar numa boa disseminação seletiva da informação, a fim de que o usuário sempre saiba o que há de novo no acervo com base no seu interesse de leitura.”
Ninha também nos conta que a Árvore Livros já traz essa organização na prática. “Aqui na Árvore fazemos isso através das nossas curadorias mensais, onde selecionamos tudo o que entrou de novo na prateleira de Destaques, além das prateleiras temáticas, que dialogam com assuntos em alta no mundo.”
E os livros? Quais as diferenças das obras em relação a uma biblioteca tradicional?
A navegação digital pelos livros do acervo, bem como outros conteúdos disponíveis, tem a possibilidade de uma interação diferente da que existe com o livro físico, através de diversos recursos tecnológicos.
Para isso, Ninha explica que os livros passam por toda uma catalogação estratégica e indexação voltada a um público específico a fim de ter metadados contextuais mais ricos: “O livro pode ser lido com diferentes formatos e tamanhos, tendo uma série de recursos de acessibilidade que facilitam a aprendizagem e a leitura.”
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Infinitas possibilidades de interação
E não pára por aí, os recursos são incontáveis e vão sendo criados e renovados à medida que os usuários percebem e relatam suas necessidades.
Um exemplo disso é a questão da iluminação da tela, que durante muito tempo causou insegurança em relação ao tempo de exposição.
“A opção de alterar a iluminação da tela pode tornar a leitura mais agradável, permitindo ao leitor buscar a quantidade de luminosidade mais confortável para seus olhos de acordo com as suas necessidades e do ambiente onde será feita a leitura.”, explica.
Além disso, Ninha complementa: “Outros recursos, como os dicionários embutidos, também facilitam a leitura e agregam conhecimento ao leitor.”
Esperamos que os esclarecimentos da nossa especialista convidada, Ninha David, tenham contribuído para o seu entendimento sobre como funciona uma biblioteca digital. E mais, que você tenha conseguido perceber os benefícios para a sua escola na adesão a esse formato. Se quiser saber como funciona uma biblioteca digital na prática, conheça a Árvore!