Não muito diferente das outras situações da vida, tudo tem o seu final. Muitas vezes nos sentimos tão parte das histórias que lemos que ela se torna um pouco da nossa também.Quem nunca pegou um ônibus e ficou com aquele sentimento nostálgico até chegar a casa pensando na história lida? Como se pudéssemos deixar de ver aquela senhora entrando no transporte e dando boa tarde para o motorista, com a voz cansada mas mesmo assim com um sorriso torto, sentando ao seu lado. Você viu tudo, mas ao mesmo tempo não participava da sua realidade para viver uma outra, dentro de um livro.E quando acaba? Muitos aconselham a já começar ler um outro, alguns falam que isso faz parte do processo de desapego. Mas acredito em uma outra teoria, espero que você me entenda. Deixe o livro fazer parte daquilo que você é. Todo livro, nem que seja pelo menos em uma frase das dezenas de páginas que o contém, vai te mudar e ajudar em algum momento. Parece bobo, mas se você praticar talvez perceba que a leitura não está aqui apenas para enriquecer a sua nota do ENEM, a sua redação na escola, o seu discurso na reunião do trabalho... não! Pelo menos, não só. “Ele lhe dera as mais belas páginas de sua vida”, uma das frases que eu mais gosto de “A menina que roubava livros”. A gente permite que essas páginas sejam preenchidas, a cada dia, com cada pessoa, com cada experiência, com cada livro. É assim que superamos o seu “final”, que, na verdade, continuará nas nossas ações, coragens, superações...Seu ponto passou, a senhora já desceu... Agora só resta andar até em casa. Deixo um questionamento para a sua caminhada:“Como anda a sua história?”