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Em 2015, dos 5,8 milhões de estudantes que prestaram o ENEM, apenas 104 conquistaram a nota máxima, enquanto 58 mil zeraram a prova. É claro que esses números não podem ser generalizados para diagnosticar a situação dos estudantes do país inteiro — tanto devido a diferenças regionais quanto em função de fatores individuais de cada aluno.
Mesmo assim, é certo dizer que ainda há muito o que fazer para elevar a média nacional, não acha? Diante disso, cabe nos perguntar: será que não é a falta de leitura de textos de qualidade que tem atrapalhado o desempenho dos nossos estudantes?
No post de hoje, discutiremos as consequências de se ler exclusivamente conteúdos informais — como postagens de blogs, redes sociais e fóruns de games, mensagens instantâneas, etc. — e sua possível relação com as notas insatisfatórias de milhares de estudantes em provas e vestibulares. Acompanhe-nos e participe desse debate!
Problemas na interpretação de textos
Não importa o tipo de prova realizado — de Português, Redação, Matemática ou Química —, entender o enunciado das questões é pré-requisito para conseguir respondê-las corretamente, certo? Pois um dos problemas trazidos pela falta de leitura é justamente a pouca familiarização com o texto escrito, o que tem por resultado uma dificuldade na interpretação de textos.
Como consequência, os alunos passam mais tempo que o necessário tentando entender o enunciado das perguntas em um exercício ou prova, prejudicando seu gerenciamento de tempo e, por vezes, impedindo a compreensão e resolução das questões.
Dificuldades na escrita
Nas provas abertas e de redação, a falta de leitura pode fazer com que o aluno não saiba elaborar seu pensamento e transmiti-lo de maneira clara e coerente na escrita, seja pelo desconhecimento ou falta de prática com estruturas discursivas do Português ou, ainda, pela carência de vocabulário para elaborar um texto satisfatório.
Por outro lado, o estudante com hábito de leitura não tem problemas em organizar seu raciocínio na linguagem escrita, tem um vocabulário mais amplo e também está menos propenso a cometer erros de gramática e ortografia, pois está acostumado ao uso correto do Português nos livros, e-books, revistas e até quadrinhos que lê, não é?
Falta de senso crítico
Não é difícil notar, em sala de aula, como os estudantes que não estão acostumados a ler e procurar diferentes fontes sobre um mesmo assunto simplesmente não têm o mesmo senso crítico daqueles com uma carga de leitura maior.
Essa “ingenuidade”, por assim dizer, dificulta a resolução de questões em que o aluno precisa formar uma opinião sobre determinado tema, e além de prejudicar seu desempenho em provas como o ENEM, pode trazer problemas em vários outros aspectos de sua vida.
Argumentos sem fundamento
De forma semelhante ao que acontece com o senso crítico do aluno que lê pouco ou apenas textos de baixa qualidade, a capacidade de fornecer argumentos sólidos para defender uma opinião também é prejudicada. Em primeiro lugar porque, como já vimos, o estudante não tem o poder retórico adquirido em outras leituras para apoiá-lo.
Em segundo lugar — e, talvez, de maneira ainda mais grave —, o aluno não tem a mesma capacidade de “pensar fora da caixa”, isto é, raciocinar a partir de diferentes pontos de vista e, assim, formar uma opinião razoável e passível de ser defendida.
A leitura não é necessária apenas para garantir o aprendizado de habilidades relacionadas à linguagem e, com isso, melhorar o desempenho dos estudantes em provas como o ENEM. Ler também é uma maneira de descansar, se divertir, conhecer outros mundos e horizontes e, dessa maneira, desenvolver a maturidade.
O que você tem feito para incentivar seus alunos a ler mais? Leia nosso post com 8 dicas para organizar um clube de leitura na escola, temos certeza de que ele vai te ajudar!