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Censo Escolar 2021: retrato da pandemia e dados do ano

Censo Escolar 2021: retrato da pandemia e dados do ano

3 min

materiais escolares

Nesse texto você vai encontrar um panorama dos principais dados sobre o censo escolar de 2021 e a evasão escolar na pandemia. Com o intuito de contribuir com o manejo dos danos causados pela doença, destacando dados de  diversos relatórios, trouxemos informações pautadas no cenário nacional que podem te apoiar no desenvolvimento das melhores estratégias para a sua escola.

Censo Escolar 2021 e a pandemia

O estudo realizado pelo Unicef em janeiro de 2021 já desenhava um cenário bastante complexo para a educação nacional. Embora venha apresentando uma melhora na escolaridade e número de matriculados desde 2000, as desigualdades multidimensionais persistem, é o que afirma o relatório do Education Policy Outlook e do Itaú Social.

Dialogando com os dados do Censo de 2021 e alguns relatórios, vamos traçar um panorama da educação do país na pandemia, destacando principalmente a dimensão da evasão escolar.

O que é o Censo Escolar?

Nomeado como o principal mecanismo estatístico de avaliação das escolas públicas e privadas de todo o país, o Censo Escolar é o levantamento feito anualmente pelo  INEP, realizado em parceria com as secretarias municipais e estaduais.

O que traz o Censo Escolar de 2021?

Na edição de 2021 verificou-se que  o número de matrículas de 2021, em comparação com 2019, teve uma queda de 7.3% na educação infantil. O censo também demonstra que no ano de 2021, 627 mil alunos, contabilizados em todos os segmentos escolares,  deixaram de se matricular.

O censo de 2021 apresentou dados muito importantes sobre a distribuição de alunos pelas dependências administrativas e redes de ensino. A instância municipal continua a abrigar a maior parte dos estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental. Apenas 18% dos matriculados na educação básica estão na rede  privada. Desde 2019, o ensino privado obteve uma queda de quase 1 milhão de alunos no seu quadro de matrículas, o que também foi observado na educação infantil, apresentando 7.3% menos matrículas que em 2019.

Principais destaques da edição:

O ensino profissionalizante também apresentou queda em relação a 2020, lembrando que a rede estadual  ainda é predominante na oferta da educação profissional, mantém-se assistindo os estudantes dos anos finais do ensino fundamental e médio, totalizando 11, 4 milhões de adolescentes.

Outro dado importante desse ano é o aumento do número de estudantes do ensino fundamental  no ensino de horário integral. Também verificou-se um aumento do modelo no ensino médio, principalmente na rede pública de ensino, isto pode se relacionar ao período de implementação da reforma do Ensino Médio e da BNCC.

Além disso, na edição, observou-se um acréscimo no número de matrículas nos anos finais do ensino fundamental e médio. Enquanto a  distorção idade-série, um dos desafios mais conhecidos no cenário nacional,  corresponde a 21% das matrículas dos anos iniciais do ensino fundamental e 25,3% dos anos do ensino médio, dentre eles o sexo masculino apresenta maior proporção.

Evasão escolar e pandemia

Com a pandemia, desde março de 2020 as escolas públicas e privadas do país ficaram, no mínimo, 290 dias completamente fechadas, segundo o INEP. Essa interrupção abrupta das aulas presenciais  aprofundou alguns problemas já conhecidos pela educação brasileira como a evasão escolar.

O  estudo  da Education Policy Outlook, em parceria com o Itaú Social, demonstra que o recorte econômico tem impacto direto sobre o empenho e evasão dos estudantes, o que dialoga com o documento produzido pelo UNICEF, o qual aponta que  os estudantes mais vulneráveis são mais afetados pela evasão escolar, uma vez que em 2019, 1.1 milhão de crianças de 4 e 5 anos e adolescentes de 15 a 17 anos, majoritariamente nas regiões norte e nordeste do país, estavam fora da escola. 

Segundo o Pnad Contínua 2019, 71,7% dos que abandonam a escola são negros. A evasão está associada à instabilidade financeira das famílias mais vulneráveis. Esse rompimento de ciclos escolares pode acarretar impactos profundos nas trajetórias acadêmicas e escolares. 

Além do respeito aos direitos sociais, medidas que garantam a diminuição das distâncias de aprendizado, assim como condições de permanência escolar são essenciais para o enfrentamento da problemática. 

O quadro da evasão escolar foi reproduzido na pandemia, uma vez considerada a desigualdade econômica e social do país, onde 20 milhões de residências não possuem acesso à internet.  Não apenas condições econômicas impactam no acesso à internet, mas também geográficas, tendo em vista que há um número relevante de residências  onde o serviço de web não está disponível.  

A exclusão escolar na pandemia afetou principalmente as famílias que já possuíam um cenário econômico vulnerável, 6 em cada 10 crianças fora da escola  possuíam famílias com renda de até meio salário mínimo.  

E os professores no Censo Escolar 2021?

As dificuldades da pandemia podem ser observadas também sobre os professores e professoras. A mudança  no modelo das aulas trouxe desafios didáticos para avaliar e medir o aprendizado, por exemplo, assim como incertezas sobre as melhores formas de acompanhamento dos estudantes.

Além da desassistência técnica e econômica vivenciada por eles, a mudança repentina de rotina impediu o acionamento de recursos para o aprimoramento das aulas,  implicando em sobrecarga de trabalho. 

Mais alguns dados sobre o ano de 2021

A Todos pela Educação, organização não governamental, lançou uma nota  técnica que dialoga com os dados destacados. De acordo com a instituição, a evasão escolar apresentou um aumento de 171% em relação ao ano de 2019. Ela aponta que no segundo trimestre de 2021, 244 mil crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos estavam fora da escola.

De modo semelhante, observou que 702.7 mil crianças que deveriam ingressar no ensino fundamental estavam ainda no ensino infantil, uma diferença de 305,9 em relação a 2019, número que impacta significativamente os indicadores da distorção idade-série. O aumento da defasagem também é observado nos estudantes entre 15 a 17 anos, que em comparação a 2020 apresentou 300 mil adolescentes em séries inferiores à sua idade.



Gestor, sabemos que é importantíssimo estar atento  ao quadro nacional para que as tomadas de decisão sejam baseadas e empáticas. A situação é desafiadora, mas também sabemos que a educação é um ato de amor e coragem!

Dialogue com seu corpo discente e escute os responsáveis, é muito importante que a escola construa, em conjunto, estratégias que mitiguem os danos da pandemia. Conte com a Árvore!  

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Principais destaques da edição:

O ensino profissionalizante também apresentou queda em relação a 2020, lembrando que a rede estadual  ainda é predominante na oferta da educação profissional, mantém-se assistindo os estudantes dos anos finais do ensino fundamental e médio, totalizando 11, 4 milhões de adolescentes.

Outro dado importante desse ano é o aumento do número de estudantes do ensino fundamental  no ensino de horário integral. Também verificou-se um aumento do modelo no ensino médio, principalmente na rede pública de ensino, isto pode se relacionar ao período de implementação da reforma do Ensino Médio e da BNCC.

Além disso, na edição, observou-se um acréscimo no número de matrículas nos anos finais do ensino fundamental e médio. Enquanto a  distorção idade-série, um dos desafios mais conhecidos no cenário nacional,  corresponde a 21% das matrículas dos anos iniciais do ensino fundamental e 25,3% dos anos do ensino médio, dentre eles o sexo masculino apresenta maior proporção.

Evasão escolar e pandemia

Com a pandemia, desde março de 2020 as escolas públicas e privadas do país ficaram, no mínimo, 290 dias completamente fechadas, segundo o INEP. Essa interrupção abrupta das aulas presenciais  aprofundou alguns problemas já conhecidos pela educação brasileira como a evasão escolar.

O  estudo  da Education Policy Outlook, em parceria com o Itaú Social, demonstra que o recorte econômico tem impacto direto sobre o empenho e evasão dos estudantes, o que dialoga com o documento produzido pelo UNICEF, o qual aponta que  os estudantes mais vulneráveis são mais afetados pela evasão escolar, uma vez que em 2019, 1.1 milhão de crianças de 4 e 5 anos e adolescentes de 15 a 17 anos, majoritariamente nas regiões norte e nordeste do país, estavam fora da escola. 

Segundo o Pnad Contínua 2019, 71,7% dos que abandonam a escola são negros. A evasão está associada à instabilidade financeira das famílias mais vulneráveis. Esse rompimento de ciclos escolares pode acarretar impactos profundos nas trajetórias acadêmicas e escolares. 

Além do respeito aos direitos sociais, medidas que garantam a diminuição das distâncias de aprendizado, assim como condições de permanência escolar são essenciais para o enfrentamento da problemática. 

O quadro da evasão escolar foi reproduzido na pandemia, uma vez considerada a desigualdade econômica e social do país, onde 20 milhões de residências não possuem acesso à internet.  Não apenas condições econômicas impactam no acesso à internet, mas também geográficas, tendo em vista que há um número relevante de residências  onde o serviço de web não está disponível.  

A exclusão escolar na pandemia afetou principalmente as famílias que já possuíam um cenário econômico vulnerável, 6 em cada 10 crianças fora da escola  possuíam famílias com renda de até meio salário mínimo.  

E os professores no Censo Escolar 2021?

As dificuldades da pandemia podem ser observadas também sobre os professores e professoras. A mudança  no modelo das aulas trouxe desafios didáticos para avaliar e medir o aprendizado, por exemplo, assim como incertezas sobre as melhores formas de acompanhamento dos estudantes.

Além da desassistência técnica e econômica vivenciada por eles, a mudança repentina de rotina impediu o acionamento de recursos para o aprimoramento das aulas,  implicando em sobrecarga de trabalho. 

Mais alguns dados sobre o ano de 2021

A Todos pela Educação, organização não governamental, lançou uma nota  técnica que dialoga com os dados destacados. De acordo com a instituição, a evasão escolar apresentou um aumento de 171% em relação ao ano de 2019. Ela aponta que no segundo trimestre de 2021, 244 mil crianças e adolescentes entre 6 e 14 anos estavam fora da escola.

De modo semelhante, observou que 702.7 mil crianças que deveriam ingressar no ensino fundamental estavam ainda no ensino infantil, uma diferença de 305,9 em relação a 2019, número que impacta significativamente os indicadores da distorção idade-série. O aumento da defasagem também é observado nos estudantes entre 15 a 17 anos, que em comparação a 2020 apresentou 300 mil adolescentes em séries inferiores à sua idade.



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